comportamentos; mas ainda se deixam levar pelo coletivo que direciona sua maneira
de ser, pensar e agir. É o que Augusto Cury nomeia em seu livro “Ditadura da Beleza e
Revolução das mulheres” como um câncer social.
Ontem (08), andando pelos corredores de um hospital em Imperatriz percebia-se
nitidamente histórias de vida onde o culto à beleza interfere na vida das pessoas, que ao
não se aceitarem como são, recorreram a diversos procedimentos cirúrgicos.
Você deve estar se questionando se é correto ser contra os procedimentos
estéticos como a cirurgia plástica. A questão não é ser contra ou a favor, afinal de
contas as pessoas são livres para decidirem sobre suas vidas, o que preocupa é o intenso
crescimento das cirurgias plásticas e os motivos de sua realização.
Corrigir imperfeições, cuidar da saúde é algo necessário, mas o imprescindível
é saber ponderar decisões e perceber quando a estética está sendo colocada à cima da
saúde e do bem estar.
Sâmara Jorge, Psicóloga e Psicoterapeuta de Orientação Junguiana, afirma
que “Não é de hoje que somos sistematicamente submetidas a um forte apelo pela
valorização da estética. Abrimos as revistas, ligamos a TV, olhamos outdoors pelas ruas
e lá estão expostos corpos esquálidos como ideal de perfeição feminina, sem falar do
culto à malhação - imagens que pouco refletem os padrões reais da grande maioria da
população”.
Com a supervalorização do que a sociedade considera ser o “belo” as pessoas
se privam da realidade, de aceitar-se da maneira que são, não conseguem enfrentar e
superar sentimentos como frustração, medo, angústias e insegurança.
Casos famosos:
Considerada campeã de temporadas nos centros cirúrgicos, a cantora Gretchen
fez ao longo de 23 anos de mudanças corporais mais de dez cirurgias. Dentre as
mudanças, ela já fez interferências cirúrgicas no bumbum, nos seios, na barriga, nos
braços, rosto, pernas e por aí vai.
Sheyla de Almeida, vulgo Sheyla Hershey, ostenta 3,5 litros de silicone em cada
mama e possui o título de maior seio da América Latina. Sheyla ainda pretende bater o
recorde mundial, com oito litros de silicone em cada seio. Ela pretende fazer a cirurgia
no início do próximo ano.
Ângela Bismarchi, rainha de bateria da Escola de Samba Porto da Pedra, possui
uma lista de cirurgias estéticas no corpo que gera dúvidas. Segundo o site oficial de
Ângela foram 13. Segundo a Istoé, Ox Bismarchi ( seu ex- marido falecido que era seu
cirurgião plástico) executou cerca de 10 e as demais foi resultado de cirurgias do seu
atual marido Wagner de Moraes.
Opiniões diversas:
A estudante universitária Luana Carmem Santana da Silva, 22 anos, diz que: “Eu
faria sim uma cirurgia plástica, mas apenas a lipoaspiração, por estética, é superficial
fazer inúmeras cirurgias e também tem o risco que corremos”.
“Eu faria uma cirurgia plástica por estética e também por saúde, as duas são
válidas. Acredito que as pessoas fazem para se sentir bem, é uma realização pessoal e
não uma forma de aceitação para os outros”, afirmou a funcionária pública Francisca
Raymara Vale Almeida, 21 anos.
Já a professora Dalvaci Roberto de Medeiros Silva, 43 anos, relata uma
experiência que presenciou. “Tenho uma amiga que teve que fazer cirurgia plástica para
redução dos seios, porque estava prejudicando sua coluna. Ela realizou a intervenção
para melhorar sua saúde”.
No Brasil, em 2004, o levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP), registrou 616,2 mil operações estéticas feitas em um ano. De acordo
com uma estimativa da organização, o Brasil é o segundo no ranking dos países que
mais realizam plásticas no mundo, só perde para os Estados Unidos.
* Luana Barros (Estudante de Comunicação Social/Jornalismo na UFMA)
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