quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Brasileiros no Suriname cobram assistência jurídica
Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado esteve no país vizinho e explica que a comunidade também quer bancos e escolas brasileiros
Eduardo Azeredo (D) disse que outro pedido é a instalação de escolas e bancos
Rodolfo Torres
A contratação de advogados e defensores públicos brasileiros pelas representações diplomáticas é uma das maiores reivindicações dos compatriotas que moram no Suriname. A informação foi dada pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que esteve em novembro naquele país.
Além da assistência jurídica, os brasileiros que por lá moram também se queixaram aos parlamentares da falta de bancos e escolas brasileiros no país. “Deve-se aumentar a atenção aos brasileiros no exterior”, afirmou o tucano, criticando a recente criação de seis embaixadas brasileiras no Caribe. “Ao invés de criar embaixadas onde não tem brasileiro, é preciso aumentar o auxílio aos brasileiros no exterior”, destacou.
Azeredo foi ao país vizinho acompanhado do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), ex-presidente do colegiado atualmente presidido pelo tucano. O senador mineiro explicou ao Congresso em Foco que o confronto entre brasileiros e surinameses na véspera do Natal (na localidade de Albina) apenas confirmou a situação “potencialmente grave” - relatada por autoridades locais – de cerca de 20 mil brasileiros que estão ilegalmente no Suriname. A maioria formada por garimpeiros.
Além do encontro com a comunidade brasileira, Azeredo e Heráclito também foram à Assembleia Nacional do Suriname para a primeira visita oficial de parlamentares brasileiros ao país. O objetivo do encontro foi aprofundar a relação entre os dois países.
Contudo, os senadores brasileiros ouviram do vice-presidente do Parlamento surinamês, Caprino Alendy, um relato preocupado sobre os garimpeiros brasileiros ilegais. “Nossa população é inferior a meio milhão de habitantes, e existem 20 mil brasileiros no Suriname. Isto é alguma coisa”, afirmou Alendy, de acordo com a Agência Senado.
A preocupação foi reforçada por Rabindre Parmessar, outro parlamentar do Suriname. “Os garimpeiros estão em uma situação difícil e precisamos, os dois países, chegar a um entendimento sobre esse assunto, até mesmo de um ponto de vista humanitário.”
Anistia a imigrantes ilegais
No encontro com os surinameses, Azeredo lembrou que o Congresso brasileiro havia aprovado um projeto de lei que anistiava os imigrantes que estavam ilegalmente no Brasil.
Sancionada pelo presidente Lula no início de julho deste ano, a lei chegou a ser classificada pelo petista como “uma lição” ao “chamado mundo desenvolvido”. “Enquanto eles estão perseguindo os imigrantes, enquanto eles estão tentando passar para a sociedade de que parte do desemprego quem sofre em primeiro lugar é o imigrante, no Brasil nós assinamos uma lei dando um reconhecimento aos imigrantes brasileiros”, afirmou o presidente.
“Na verdade, o que nós fizemos foi dizer para os imigrantes: vocês são nossos irmãos, vocês estão aqui para ajudar o Brasil a crescer, até porque o Brasil é um país que foi construído por imigrantes, ou seja, essa mistura de portugueses, índios, europeus, africanos é que deu ao Brasil essa coisa maravilhosa que é o Brasil”, complementou.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Suriname fala holandês e pratica hinduísmo na América do Sul
País vizinho sofreu grande fluxo de imigrantes indianos; politicamente, história recente é conturbada
fonte : estadao.com.br
Um país sul-americano, que fala holandês e cuja religião majoritária (27,4%) é o hinduísmo. Esse é o Suriname, país vizinho que ganhou o noticiário nos últimos dias, por conta de um suposto ataque contra um grupo de brasileiros que vivia na cidade de Albina, na fronteira com a Guiana Francesa.
Ex-colônia holandesa, o Suriname passou por períodos de dominação inglesa até 1815, quando a Holanda consolidou seu controle sobre o território. Essa alternância de ingleses e holandeses na colonização foi responsável pela imigração de cerca de 35 mil indianos, entre 1873 e 1917, que hoje tem influência marcante na sociedade do Suriname.
Para se ter uma ideia, 27,4% dos surinameses professam o hinduísmo, contra 25,2% de protestantes, 22% de católicos, 19,6% de muçulmanos e 5% de crenças indígenas. A composição étnica também chama a atenção: além dos indianos, imigrantes indonésios, da ilha de Java, também representam parcela significativa da população - o que explica o alto porcentual de surinameses muçulmanos. Negros e crioulos (miscigenação de negros e brancos) também formam uma parcela importante da sociedade do país. Apenas 2% da população é branca.
Politicamente, a história recente do Suriname é conturbada. Colônia holandesa até 1975, o país sofreu um golpe militar em 1980, a poucas semanas das eleições presidenciais, sendo declarado uma república socialista. Não faltaram acusações de que o golpe interessava ao regime de Fidel Castro em Cuba, e que poderia trazer o conflito entre Estados Unidos e União Soviética para a área de influência do Brasil.
Embora o cargo de presidente do país tenha sido mantido, quem se tornou governante de facto após o golpe foi o líder militar Desiré Delano Bouterse, conhecido como Dési Bouterse. Após sua deposição, no início dos anos 1990, o ditador foi acusado de envolvimento no tráfico internacional de drogas e armas, num esquema que teria a participação da guerrilha colombiana e quadrilhas brasileiras. Bouterse foi condenado na Holanda, país que era a porta de entrada da droga na Europa, e tem mandado de prisão expedido pela Interpol - mas vive em liberdade no Suriname.
Bouterse também é acusado de comandar o fuzilamento de 15 líderes civis, opositores da ditadura, em dezembro de 1982, no episódio que ficou conhecido como "Assassinatos de Dezembro". Ele nega participação no episódio, mas assume a responsabilidade política pelo fato.
Apesar das críticas ao "socialismo" de Bouterse, o regime surinamês obteve apoio do regime militar brasileiro, que forneceu apoio logístico na luta contra guerrilhas nacionalistas que ameaçavam o domínio dos militares no país vizinho. Nesse contexto, em 1986, a mesma Albina em que brasileiros foram vítimas de violência no último dia 25, teria sido palco de um ataque contra um helicóptero civil brasileiro, perpetrado por guerrilheiros contrários ao regime de Bouterse. O aparelho estaria transportando militares brasileiros, que faziam o reconhecimento de um braço do rio Litani.
Brasileiros no Suriname
A presença de brasileiros no Suriname, atualmente atraídos pelo garimpo do ouro, já foi estimulada também pelo contrabando, no período colonial. Reportagem do Estado de 1971 esmiuçava como era feito o embarque de mercadorias do Mercado Comum Europeu no porto de Paramaribo, na então Guiana Holandesa: "Para Paramaribo quase sempre os barcos (brasileiros) levam café, que não precisa de documentação no porto livre. A volta é feita com produtos do Mercado Comum: televisões, bebidas, cigarros, roupas e relógios."
País vizinho sofreu grande fluxo de imigrantes indianos; politicamente, história recente é conturbada
fonte : estadao.com.br
Um país sul-americano, que fala holandês e cuja religião majoritária (27,4%) é o hinduísmo. Esse é o Suriname, país vizinho que ganhou o noticiário nos últimos dias, por conta de um suposto ataque contra um grupo de brasileiros que vivia na cidade de Albina, na fronteira com a Guiana Francesa.
Ex-colônia holandesa, o Suriname passou por períodos de dominação inglesa até 1815, quando a Holanda consolidou seu controle sobre o território. Essa alternância de ingleses e holandeses na colonização foi responsável pela imigração de cerca de 35 mil indianos, entre 1873 e 1917, que hoje tem influência marcante na sociedade do Suriname.
Para se ter uma ideia, 27,4% dos surinameses professam o hinduísmo, contra 25,2% de protestantes, 22% de católicos, 19,6% de muçulmanos e 5% de crenças indígenas. A composição étnica também chama a atenção: além dos indianos, imigrantes indonésios, da ilha de Java, também representam parcela significativa da população - o que explica o alto porcentual de surinameses muçulmanos. Negros e crioulos (miscigenação de negros e brancos) também formam uma parcela importante da sociedade do país. Apenas 2% da população é branca.
Politicamente, a história recente do Suriname é conturbada. Colônia holandesa até 1975, o país sofreu um golpe militar em 1980, a poucas semanas das eleições presidenciais, sendo declarado uma república socialista. Não faltaram acusações de que o golpe interessava ao regime de Fidel Castro em Cuba, e que poderia trazer o conflito entre Estados Unidos e União Soviética para a área de influência do Brasil.
Embora o cargo de presidente do país tenha sido mantido, quem se tornou governante de facto após o golpe foi o líder militar Desiré Delano Bouterse, conhecido como Dési Bouterse. Após sua deposição, no início dos anos 1990, o ditador foi acusado de envolvimento no tráfico internacional de drogas e armas, num esquema que teria a participação da guerrilha colombiana e quadrilhas brasileiras. Bouterse foi condenado na Holanda, país que era a porta de entrada da droga na Europa, e tem mandado de prisão expedido pela Interpol - mas vive em liberdade no Suriname.
Bouterse também é acusado de comandar o fuzilamento de 15 líderes civis, opositores da ditadura, em dezembro de 1982, no episódio que ficou conhecido como "Assassinatos de Dezembro". Ele nega participação no episódio, mas assume a responsabilidade política pelo fato.
Apesar das críticas ao "socialismo" de Bouterse, o regime surinamês obteve apoio do regime militar brasileiro, que forneceu apoio logístico na luta contra guerrilhas nacionalistas que ameaçavam o domínio dos militares no país vizinho. Nesse contexto, em 1986, a mesma Albina em que brasileiros foram vítimas de violência no último dia 25, teria sido palco de um ataque contra um helicóptero civil brasileiro, perpetrado por guerrilheiros contrários ao regime de Bouterse. O aparelho estaria transportando militares brasileiros, que faziam o reconhecimento de um braço do rio Litani.
Brasileiros no Suriname
A presença de brasileiros no Suriname, atualmente atraídos pelo garimpo do ouro, já foi estimulada também pelo contrabando, no período colonial. Reportagem do Estado de 1971 esmiuçava como era feito o embarque de mercadorias do Mercado Comum Europeu no porto de Paramaribo, na então Guiana Holandesa: "Para Paramaribo quase sempre os barcos (brasileiros) levam café, que não precisa de documentação no porto livre. A volta é feita com produtos do Mercado Comum: televisões, bebidas, cigarros, roupas e relógios."
sábado, 16 de janeiro de 2010
Brasileiros perderam tudo em conflito no Suriname, relata enviado da TV Globo
Vítimas de ataque deixaram tudo para trás em Albina, diz enviado.
Ouça o relato do repórter Júlio Mosquéra, direto de Paramaribo.
Do G1, em São Paulo
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Foto: Reprodução / Arte G1 Mapa mostra a localização da capital do Suriname, Paramaribo, e da cidade de Albina, local dos ataques (Foto: Reprodução / Arte G1)Em Paramaribo, capital do Suriname, o clima entre os brasileiros que se preparam para voltar ao Brasil é de tristeza e revolta, relata o enviado especial da TV Globo ao país, Júlio Mosquéra (clique no player acima para ouvir o boletim).
Muitos dos que foram vítimas do ataque por um grupo de quilombolas, conhecidos como marrons, na véspera do Natal, resistem a retornar ao país.
Leia mais notícias sobre as agressões
Isto porque, afirma o repórter, "eles não apenas foram agredidos brutalmente como também perderam tudo". "O que tinham ficou em Albina. É um retorno difícil em que eles sabem que vão ter que recomeçar a vida. Por isso mesmo muitos brasileiros preferem continuar por aqui", diz Mosquéra.
Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou às 12h40 desta quarta-feira da Base Aérea de Brasília em direção ao Suriname, com o objetivo de resgatar um grupo de brasileiros que pediu ajuda para deixar o país.
Insegurança em Albina
O clima em Albina ainda é tenso. A cidade, que fica a 150 km de Paramaribo, capital do Suriname, ainda não está receptiva aos brasileiros. "Conversei com o chefe de policia da cidade, ele disse que ainda não tem condições de dar segurança para que os brasileiros retornem ao dia a dia da cidade", relata o repórter.
"Os marrons, que são os surinameses nativos da região, dizem abertamente que este conflito com os brasileiros pode ainda trazer mais problemas se eles retornarem para onde trabalhavam antigamente. O que se espera agora é que a situação se apazigúe e só depois disso os brasileiros tenham condições de retornar", diz. Cerca de 150 brasileiros deixaram a cidade e foram para Paramaribo.
Ouça o relato do repórter Júlio Mosquéra, direto de Paramaribo.
Do G1, em São Paulo
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Foto: Reprodução / Arte G1 Mapa mostra a localização da capital do Suriname, Paramaribo, e da cidade de Albina, local dos ataques (Foto: Reprodução / Arte G1)Em Paramaribo, capital do Suriname, o clima entre os brasileiros que se preparam para voltar ao Brasil é de tristeza e revolta, relata o enviado especial da TV Globo ao país, Júlio Mosquéra (clique no player acima para ouvir o boletim).
Muitos dos que foram vítimas do ataque por um grupo de quilombolas, conhecidos como marrons, na véspera do Natal, resistem a retornar ao país.
Leia mais notícias sobre as agressões
Isto porque, afirma o repórter, "eles não apenas foram agredidos brutalmente como também perderam tudo". "O que tinham ficou em Albina. É um retorno difícil em que eles sabem que vão ter que recomeçar a vida. Por isso mesmo muitos brasileiros preferem continuar por aqui", diz Mosquéra.
Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou às 12h40 desta quarta-feira da Base Aérea de Brasília em direção ao Suriname, com o objetivo de resgatar um grupo de brasileiros que pediu ajuda para deixar o país.
Insegurança em Albina
O clima em Albina ainda é tenso. A cidade, que fica a 150 km de Paramaribo, capital do Suriname, ainda não está receptiva aos brasileiros. "Conversei com o chefe de policia da cidade, ele disse que ainda não tem condições de dar segurança para que os brasileiros retornem ao dia a dia da cidade", relata o repórter.
"Os marrons, que são os surinameses nativos da região, dizem abertamente que este conflito com os brasileiros pode ainda trazer mais problemas se eles retornarem para onde trabalhavam antigamente. O que se espera agora é que a situação se apazigúe e só depois disso os brasileiros tenham condições de retornar", diz. Cerca de 150 brasileiros deixaram a cidade e foram para Paramaribo.
Sobre o Suriname
O Suriname está localizado ao norte do Brasil faz fronteira com os estados do Pará e do Amapá. ao sul,com a Guiana Francesa a leste e com a Guiana a oeste. O país tem uma população de cerca de 500 mil habitantes. A capital e principal cidade é Paramaribo localizada 19 km do litoral, na porção central do país, na margem esquerda do Rio Suriname. A cidade é plana e recortada por canais artificiais, dentre os quais alguns navegáveis. O porto de Nieuw Haven, localizado na cidade, é o mais importante do país. A cidade é considerada patrimônio histórico pela UNESCO, pois há muitos casarões da época colonial, nos quais predominam a madeira pintada de branco e verde.
Um traço dominante na paisagem urbana é a quantidade e variedade de templos dedicados aos cultos das diversas religiões praticadas no país, (hinduísmo, islamismo, judaísmo, catolicismo). Outra característica forte é a abundância de árvores frutíferas, permanentemente verdes e folheadas em razão da exposição aos raios solares e do regime das chuvas. Na época das chuvas, precipitações mais fortes excedem a capacidade de drenagem da cidade e inundam as áreas mais baixas. Na capital não há balneários, mas a cerca de 30 km já existem praias à beira do Rio Suriname, a mais famosa delas a White Beach, onde se paga para entrar.
Outras cidades importantes são Lelydorp, no distrito de Wanica, praticamente conurbada com Paramaribo; Nieuw Nickerie, na fronteira com a Guiana, a cerca de 220 km de Paramaribo, onde também fica o segundo porto mais importante do país; e Albina, na fronteira com a Guiana Francesa, a cerca de 130 km de Paramaribo. Tanto Nickerie quanto Albina oferecem alternativas de turismo, como praias, hotéis na selva e hotéis fazenda. A estrada para Nickerie é razoável, mas a estrada para Albina está em condições precárias. A região que congrega as cidades de Afobakka e Brokopondo, à beira do reservatório de Brokopondo, um imenso lago artificial no centro do território, também concentra muitas atrações turísticas, como passeios na lagoa, praias e passeios guiados pela floresta. A região fica a cerca de 120 km de Paramaribo. A estrada para a região está sendo recapeada. O Aeroporto Internacional Johan Adolf Pengel fica na cidade de Zanderj, a 48 km ao sul de Paramaribo. A estrada que liga a capital ao Aeroporto está em boas condições.
Clima
No Suriname o clima é equatorial úmido e a temperatura média é de 27 graus, chegando às vezes a 33, 34 graus na máxima, e a 22, 23 graus na mínima. Em relação ao regime de chuvas, existem duas estações bem definidas: a seca, que vai de julho a novembro, e a chuvosa que vai de dezembro a junho.
Vôos
Para chegar ao Suriname por via aérea existem pelo menos 20 vôos semanais, oferecidos
por 5 companhias:
a KLM, que liga Paramaribo a Amsterdã;
a Caribbean Airlines, ligando o Suriname a Trinidad e Tobago (Port-of-Spain);
a Insel Air, que liga o país a Curaçao;
a Surinam Airways, que liga o país com os Estados Unidos (Miami),
Trinidad e Tobago (Port-of-Spain), Holanda (Amsterdã) e Brasil (Belém); e
a brasileira Meta, que liga o Suriname à Guiana (Georgetown) e ao Brasil (Belém e Boa Vista).
Câmbio
A moeda local é o dólar surinamês (SRD), mas o dólar americano e o euro são aceitos na maioria dos estabelecimentos comerciais em Paramaribo. Além disso, há diversas casas de câmbio espalhadas pela cidade. A cotação do dólar é fixa a 1 US$ = SRD 2,75, mas as casas de câmbio pagam SRD 2,78. A cotação do euro é livre e variou em 2008 entre SRD 3,20 e SRD 4,00.
Comércio, restaurantes e atividades culturais e de lazer
O comércio se concentra no centro de Paramaribo, onde existe uma razoável variedade de produtos. Há dois shoppings de porte médio, o Maretraite Mall
e o Hermitage Mall.
Os pratos típicos do país são variações das culinárias javanesa, indiana e crioula. Alguns dos pratos típicos mais populares do são: o “pom” e o “pastei” (crioulos), o “nasi goreng” (arroz frito com frango e ou camarão), o “bamie” (macarrão frito com frango ou misturado, prato típico da culinária javanesa) e
o “rotie”(massa similar a uma panqueca, com frango). Tais pratos podem ser encontrados em vários restaurantes simples no centro da cidade.
Paramaribo, entretanto oferece muitas opções de restaurantes dos mais variados tipos chineses, javaneses, chineses, italianos, internacionais.
Você pode encontrar uma lista completa dos restaurantes do Suriname no link www.eteninsuriname.com. Há também alguns restaurantes brasileiros (Bacana, Ribeiro, Gina).
Há quatro salas de cinema, que oferecem alguns lançamentos de Hollywood, documentário e filmes indianos. Há algumas apresentações teatrais e
apresentações de dança, especialmente tradicionais. Paramaribo conta também com quatro livrarias. Existem algumas casas noturnas,
que oferecem programação de música pop, salsa e, algumas vezes, samba.
Um traço dominante na paisagem urbana é a quantidade e variedade de templos dedicados aos cultos das diversas religiões praticadas no país, (hinduísmo, islamismo, judaísmo, catolicismo). Outra característica forte é a abundância de árvores frutíferas, permanentemente verdes e folheadas em razão da exposição aos raios solares e do regime das chuvas. Na época das chuvas, precipitações mais fortes excedem a capacidade de drenagem da cidade e inundam as áreas mais baixas. Na capital não há balneários, mas a cerca de 30 km já existem praias à beira do Rio Suriname, a mais famosa delas a White Beach, onde se paga para entrar.
Outras cidades importantes são Lelydorp, no distrito de Wanica, praticamente conurbada com Paramaribo; Nieuw Nickerie, na fronteira com a Guiana, a cerca de 220 km de Paramaribo, onde também fica o segundo porto mais importante do país; e Albina, na fronteira com a Guiana Francesa, a cerca de 130 km de Paramaribo. Tanto Nickerie quanto Albina oferecem alternativas de turismo, como praias, hotéis na selva e hotéis fazenda. A estrada para Nickerie é razoável, mas a estrada para Albina está em condições precárias. A região que congrega as cidades de Afobakka e Brokopondo, à beira do reservatório de Brokopondo, um imenso lago artificial no centro do território, também concentra muitas atrações turísticas, como passeios na lagoa, praias e passeios guiados pela floresta. A região fica a cerca de 120 km de Paramaribo. A estrada para a região está sendo recapeada. O Aeroporto Internacional Johan Adolf Pengel fica na cidade de Zanderj, a 48 km ao sul de Paramaribo. A estrada que liga a capital ao Aeroporto está em boas condições.
Clima
No Suriname o clima é equatorial úmido e a temperatura média é de 27 graus, chegando às vezes a 33, 34 graus na máxima, e a 22, 23 graus na mínima. Em relação ao regime de chuvas, existem duas estações bem definidas: a seca, que vai de julho a novembro, e a chuvosa que vai de dezembro a junho.
Vôos
Para chegar ao Suriname por via aérea existem pelo menos 20 vôos semanais, oferecidos
por 5 companhias:
a KLM, que liga Paramaribo a Amsterdã;
a Caribbean Airlines, ligando o Suriname a Trinidad e Tobago (Port-of-Spain);
a Insel Air, que liga o país a Curaçao;
a Surinam Airways, que liga o país com os Estados Unidos (Miami),
Trinidad e Tobago (Port-of-Spain), Holanda (Amsterdã) e Brasil (Belém); e
a brasileira Meta, que liga o Suriname à Guiana (Georgetown) e ao Brasil (Belém e Boa Vista).
Câmbio
A moeda local é o dólar surinamês (SRD), mas o dólar americano e o euro são aceitos na maioria dos estabelecimentos comerciais em Paramaribo. Além disso, há diversas casas de câmbio espalhadas pela cidade. A cotação do dólar é fixa a 1 US$ = SRD 2,75, mas as casas de câmbio pagam SRD 2,78. A cotação do euro é livre e variou em 2008 entre SRD 3,20 e SRD 4,00.
Comércio, restaurantes e atividades culturais e de lazer
O comércio se concentra no centro de Paramaribo, onde existe uma razoável variedade de produtos. Há dois shoppings de porte médio, o Maretraite Mall
e o Hermitage Mall.
Os pratos típicos do país são variações das culinárias javanesa, indiana e crioula. Alguns dos pratos típicos mais populares do são: o “pom” e o “pastei” (crioulos), o “nasi goreng” (arroz frito com frango e ou camarão), o “bamie” (macarrão frito com frango ou misturado, prato típico da culinária javanesa) e
o “rotie”(massa similar a uma panqueca, com frango). Tais pratos podem ser encontrados em vários restaurantes simples no centro da cidade.
Paramaribo, entretanto oferece muitas opções de restaurantes dos mais variados tipos chineses, javaneses, chineses, italianos, internacionais.
Você pode encontrar uma lista completa dos restaurantes do Suriname no link www.eteninsuriname.com. Há também alguns restaurantes brasileiros (Bacana, Ribeiro, Gina).
Há quatro salas de cinema, que oferecem alguns lançamentos de Hollywood, documentário e filmes indianos. Há algumas apresentações teatrais e
apresentações de dança, especialmente tradicionais. Paramaribo conta também com quatro livrarias. Existem algumas casas noturnas,
que oferecem programação de música pop, salsa e, algumas vezes, samba.
EMBAIXADA EM PARAMARIBO
Partiram no último dia 30/12, quinta-feira, em voo da Força Aérea Brasileira, 32 brasileiros envolvidos no conflito em Albina. O C-130 da FAB decolou às 19h05, hora de Paramaribo, com destino a Belém.
Segue a lista dos passageiros:
1. ALEFY BRAIAN DE JESUS FREITAS – Belém/PA
2. ANTONIO CARLOS BORGES BANDEIRA DE MELO – Belém/PA
3. ANTONIO LIRA DOS SANTOS – Bom jardim/MA
4. ANTONIO RODRIGUES DA SILVA – Belém/PA
5. AUXILIADORA VILHENA DE AGUIAR – Oiapoque/PA
6. BENEDITO BARBOSA RIBEIRO – Macapá/AP
7. CAMILA DE OLIVEIRA MENEZES – Macapá/AP
8. CLEIBE FERREIRA LIMA – Itaituba/PA
9. CLELSON BARROS DOS SANTOS - Lago da Pedra/MA
10. DAMOTILDE OLIVEIRA DA SILVA – Boa Vista/RR
11. DARCILENA FIGUEIREDO DA CONCEIÇÃO – Belém/PA
12. DOMINGOS DE JESUS ALMEIDA – São Luiz/MA
13. EDINALDO OLIVEIRA DA SILVA – Tutóia/MA
14. ELISANE NOGUEIRA – Santa Helena/MA
15. ELIZETE DE FÁTIMA CARDOSO LIMA – Belém/PA
16. FRANCIMAR NASCIMENTO PINHEIRO – Belém/PA
17. FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA DE SOUZA – Sítio Novo de Goiás/TO
18. FRANCISCO FÉLIX PANTOJA – Santarém/PA
19. IVALDO NAZARE DE OLIVEIRA – Oiapoque/AP
20. JOANA TENÓRIO COELHO – Belém/PA
21. JOENE SÁ ANDRADE – São Luiz/MA
22. JOSÉ OLIVEIRA SILVA – Tutóia/MA
23. JOSÉLIO LIMA DE OLIVEIRA – Pinheiro/MA
24. JÚLIA RIBEIRO DOS SANTOS SILVA – Boa Vista/RR
25. MARIA ALICE FRANÇA DA SILVA – Altamira/PA
26. MARTIN DE CARVALHO BRITO – Itapecuru Mirim/MA
27. MAURICY DIAS ALVES – Belém/PA
28. RAIMUNDO SILVA PEREIRA – Belém/PA
29. REGINALDO RODRIGUES BITTENCOURT – Abaetetuba/PA
30. RONNY PEREIRA DA SILVA – Macapá/AP
31. VALDECI SANTOS DE SOUZA – Macapá/AP
32. VILMAR ALVES PEREIRA – Cuiabá/MT
Segue a lista dos passageiros:
1. ALEFY BRAIAN DE JESUS FREITAS – Belém/PA
2. ANTONIO CARLOS BORGES BANDEIRA DE MELO – Belém/PA
3. ANTONIO LIRA DOS SANTOS – Bom jardim/MA
4. ANTONIO RODRIGUES DA SILVA – Belém/PA
5. AUXILIADORA VILHENA DE AGUIAR – Oiapoque/PA
6. BENEDITO BARBOSA RIBEIRO – Macapá/AP
7. CAMILA DE OLIVEIRA MENEZES – Macapá/AP
8. CLEIBE FERREIRA LIMA – Itaituba/PA
9. CLELSON BARROS DOS SANTOS - Lago da Pedra/MA
10. DAMOTILDE OLIVEIRA DA SILVA – Boa Vista/RR
11. DARCILENA FIGUEIREDO DA CONCEIÇÃO – Belém/PA
12. DOMINGOS DE JESUS ALMEIDA – São Luiz/MA
13. EDINALDO OLIVEIRA DA SILVA – Tutóia/MA
14. ELISANE NOGUEIRA – Santa Helena/MA
15. ELIZETE DE FÁTIMA CARDOSO LIMA – Belém/PA
16. FRANCIMAR NASCIMENTO PINHEIRO – Belém/PA
17. FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA DE SOUZA – Sítio Novo de Goiás/TO
18. FRANCISCO FÉLIX PANTOJA – Santarém/PA
19. IVALDO NAZARE DE OLIVEIRA – Oiapoque/AP
20. JOANA TENÓRIO COELHO – Belém/PA
21. JOENE SÁ ANDRADE – São Luiz/MA
22. JOSÉ OLIVEIRA SILVA – Tutóia/MA
23. JOSÉLIO LIMA DE OLIVEIRA – Pinheiro/MA
24. JÚLIA RIBEIRO DOS SANTOS SILVA – Boa Vista/RR
25. MARIA ALICE FRANÇA DA SILVA – Altamira/PA
26. MARTIN DE CARVALHO BRITO – Itapecuru Mirim/MA
27. MAURICY DIAS ALVES – Belém/PA
28. RAIMUNDO SILVA PEREIRA – Belém/PA
29. REGINALDO RODRIGUES BITTENCOURT – Abaetetuba/PA
30. RONNY PEREIRA DA SILVA – Macapá/AP
31. VALDECI SANTOS DE SOUZA – Macapá/AP
32. VILMAR ALVES PEREIRA – Cuiabá/MT
Suriname promete esforços para garantir segurança de brasileiros
A ministra interina dos Negócios Estrangeiros do Suriname, Jane Aarland, garantiu que seu governo fará todos os esforços para garantir a segurança dos brasileiros que estão no país, após um ataque que teria deixado mortos em Albina, a cerca de 150 km da capital surinamesa, Paramaribo.
Segundo informações da Agência Brasil, a ministra expressou o seu empenho em uma conversa por telefone com o secretário-geral do Itamaraty, embaixador Antônio Patriota, no sábado.
Dois diplomatas do Itamaraty chegaram neste domingo ao Suriname para ajudar o embaixador brasileiro no país, José Luiz Machado e Costa, a avaliar o ocorrido e prestar assistência aos brasileiros em situação de risco.
Segundo uma porta-voz do Itamaraty no Suriname, 81 brasileiros foram levados de Albina para Paramaribo após o conflito. Cinco voltarão para o Brasil no mesmo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que levou a missão brasileira.
O embaixador fez uma visita ao vilarejo, que faz fronteira com a Guiana Francesa. A Agência Brasil afirma que a equipe do Ministério das Relações Exteriores encontrou mais nove brasileiros feridos em Saint-Laurent-du-Maroni, no território francês, do outro lado do rio Marino.
Entre as pessoas localizadas está uma mulher grávida que perdeu o bebê após a confusão. De acordo com o Itamaraty, nenhum dos feridos que cruzaram a fronteira está em estado grave.
As autoridades ainda não confirmaram o número de vítimas, mas a rádio Katólica, de Paramaribo, publicou em seu site o relato de um padre brasileiro José Vergílio, que visitou o local e fala em sete mortos.
Clique Leia também na BBC Brasil: 'Ao menos sete morreram em ataque a brasileiros no Suriname, diz padre'
Violência
Segundo as autoridades surinamesas, um grupo de brasileiros foi atacado com machados e facões como represália pelo assassinato de um surinamês, supostamente esfaqueado por um brasileiro após uma briga.
De acordo com os relatos, 20 mulheres teriam sido estupradas e mais de 120 pessoas tiveram que ser retiradas às pressas da cidade após os ataques contra trabalhadores estrangeiros, que também alvejou imigrantes de origem chinesa.
Segundo o ministro para a Polícia Chandrikapersad Santokhi, os moradores começaram a atacar brasileiros cerca de uma hora após o esfaqueamento de um cidadão surinamês e a violência acabou também se voltando a lojas pertencentes a chineses.
Vários pontos comerciais foram saqueados e queimados.
Membros do Exército e da Polícia foram mobilizados para conter os ataques e saques, pacificando a região.
Santokhi afirmou que "não há justificativa para o que aconteceu".
Albina tem cerca de cinco mil habitantes e é o principal ponto de travessia entre o Suriname e a Guiana Francesa.
Segundo o embaixador do Brasil no Suriname, Machado e Costa, a maioria dos cerca de 2 mil brasileiros em Albina se dedicaria ao garimpo.
Segundo informações da Agência Brasil, a ministra expressou o seu empenho em uma conversa por telefone com o secretário-geral do Itamaraty, embaixador Antônio Patriota, no sábado.
Dois diplomatas do Itamaraty chegaram neste domingo ao Suriname para ajudar o embaixador brasileiro no país, José Luiz Machado e Costa, a avaliar o ocorrido e prestar assistência aos brasileiros em situação de risco.
Segundo uma porta-voz do Itamaraty no Suriname, 81 brasileiros foram levados de Albina para Paramaribo após o conflito. Cinco voltarão para o Brasil no mesmo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que levou a missão brasileira.
O embaixador fez uma visita ao vilarejo, que faz fronteira com a Guiana Francesa. A Agência Brasil afirma que a equipe do Ministério das Relações Exteriores encontrou mais nove brasileiros feridos em Saint-Laurent-du-Maroni, no território francês, do outro lado do rio Marino.
Entre as pessoas localizadas está uma mulher grávida que perdeu o bebê após a confusão. De acordo com o Itamaraty, nenhum dos feridos que cruzaram a fronteira está em estado grave.
As autoridades ainda não confirmaram o número de vítimas, mas a rádio Katólica, de Paramaribo, publicou em seu site o relato de um padre brasileiro José Vergílio, que visitou o local e fala em sete mortos.
Clique Leia também na BBC Brasil: 'Ao menos sete morreram em ataque a brasileiros no Suriname, diz padre'
Violência
Segundo as autoridades surinamesas, um grupo de brasileiros foi atacado com machados e facões como represália pelo assassinato de um surinamês, supostamente esfaqueado por um brasileiro após uma briga.
De acordo com os relatos, 20 mulheres teriam sido estupradas e mais de 120 pessoas tiveram que ser retiradas às pressas da cidade após os ataques contra trabalhadores estrangeiros, que também alvejou imigrantes de origem chinesa.
Segundo o ministro para a Polícia Chandrikapersad Santokhi, os moradores começaram a atacar brasileiros cerca de uma hora após o esfaqueamento de um cidadão surinamês e a violência acabou também se voltando a lojas pertencentes a chineses.
Vários pontos comerciais foram saqueados e queimados.
Membros do Exército e da Polícia foram mobilizados para conter os ataques e saques, pacificando a região.
Santokhi afirmou que "não há justificativa para o que aconteceu".
Albina tem cerca de cinco mil habitantes e é o principal ponto de travessia entre o Suriname e a Guiana Francesa.
Segundo o embaixador do Brasil no Suriname, Machado e Costa, a maioria dos cerca de 2 mil brasileiros em Albina se dedicaria ao garimpo.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Embaixador: ataque a brasileiros no Suriname foi selvageria
O embaixador do Brasil em Paramaribo (capital do Suriname), José Luiz Machado e Costa, disse, em entrevista à Agência Brasil nesta terça-feira, que o ataque aos brasileiros na véspera do Natal foram "atos de selvageria e de violência extrema". O governo do Brasil cobrou do Suriname alerta máximo para evitar que as novas ameaças a brasileiros, que estão em áreas de garimpo no país vizinho, se concretizem.
Costa afirmou ainda que mulheres brasileiras sofreram estupros e outras violências na noite do ataque. "Jamais minimizamos a gravidade de tudo o que ocorreu. Agora trabalhamos para administrar a crise e dar assistência às vítimas e suas famílias", disse ele, que negou haver xenofobia contra os brasileiros no país vizinho.
Veja os principais trechos da entrevista do embaixador do Brasil no Suriname.
A situação na região de Albina, a 150 quilômetros de Paramaribo, onde ocorreu a ataque a brasileiros, ainda é tensa?
A situação está se normalizando e, aos poucos, vai se estabilizar. Os brasileiros nunca tiveram problemas no Suriname. Sempre houve uma tolerância muito grande com os brasileiros. Quando a embaixada perguntava quem queria voltar, não havia demonstrações de interesse.
O que houve, então, em Albina? Por que ocorreu o ataque no último dia 24, quando um grupo de estrangeiros, incluindo brasileiros, foi atacado por quilombolas surinameses, deixando feridos e desaparecidos)?
Aquela é uma área delicada, onde vivem os "marrons", os quilombolas locais, que têm regras próprias e não admitem a presença de estranhos. Brasileiros, chineses e javaneses se instalaram no local. Portanto, não é nada contra os brasileiros especificamente. De qualquer maneira, estamos concluindo as negociações para fechar um acordo de regulação migratória para facilitar uma série de ações.
Como a embaixada está reagindo a essas novas denúncias de ameaças em outras áreas de garimpo?
Comunicamos imediatamente o governo do Suriname, que logo tomou providências: foi reforçado o policiamento em todas as regiões de garimpo no país e a cobrança interna e externa é imensa. A dificuldade é que a atividade do garimpo de ouro é ilegal e, aliado a isso, os que atuam nela não têm documentos nem são identificados.
Há denúncias de que pelo menos 20 mulheres foram estupradas na véspera do Natal. Oficialmente não se comenta sobre isso. Houve estupros?
Jamais minimizamos a gravidade de tudo o que ocorreu. Agora trabalhamos para administrar a crise e dar assistência às vítimas e suas famílias. O que houve no dia 24 foram atos de selvageria e violência extrema.
Também há informações de que sete pessoas estão desaparecidas, inclusive brasileiros. Por que a negativa oficial?
Enquanto não surgirem evidências concretas não se pode confirmar que há brasileiros entre os supostos desaparecidos. Essa hipótese foi levantada pelo padre José Virgílio da Silva (ele dirige a rádio Katolica e foi um dos primeiros a dar assistência às vítimas), que tem boas intenções e cobra respostas ao ataque. Confiamos nas investigações em curso e também aguardamos as conclusões das apurações. A polícia do Suriname está sendo cobrada interna e externamente.
Mais notícias de Brasil » Agência Brasil
Costa afirmou ainda que mulheres brasileiras sofreram estupros e outras violências na noite do ataque. "Jamais minimizamos a gravidade de tudo o que ocorreu. Agora trabalhamos para administrar a crise e dar assistência às vítimas e suas famílias", disse ele, que negou haver xenofobia contra os brasileiros no país vizinho.
Veja os principais trechos da entrevista do embaixador do Brasil no Suriname.
A situação na região de Albina, a 150 quilômetros de Paramaribo, onde ocorreu a ataque a brasileiros, ainda é tensa?
A situação está se normalizando e, aos poucos, vai se estabilizar. Os brasileiros nunca tiveram problemas no Suriname. Sempre houve uma tolerância muito grande com os brasileiros. Quando a embaixada perguntava quem queria voltar, não havia demonstrações de interesse.
O que houve, então, em Albina? Por que ocorreu o ataque no último dia 24, quando um grupo de estrangeiros, incluindo brasileiros, foi atacado por quilombolas surinameses, deixando feridos e desaparecidos)?
Aquela é uma área delicada, onde vivem os "marrons", os quilombolas locais, que têm regras próprias e não admitem a presença de estranhos. Brasileiros, chineses e javaneses se instalaram no local. Portanto, não é nada contra os brasileiros especificamente. De qualquer maneira, estamos concluindo as negociações para fechar um acordo de regulação migratória para facilitar uma série de ações.
Como a embaixada está reagindo a essas novas denúncias de ameaças em outras áreas de garimpo?
Comunicamos imediatamente o governo do Suriname, que logo tomou providências: foi reforçado o policiamento em todas as regiões de garimpo no país e a cobrança interna e externa é imensa. A dificuldade é que a atividade do garimpo de ouro é ilegal e, aliado a isso, os que atuam nela não têm documentos nem são identificados.
Há denúncias de que pelo menos 20 mulheres foram estupradas na véspera do Natal. Oficialmente não se comenta sobre isso. Houve estupros?
Jamais minimizamos a gravidade de tudo o que ocorreu. Agora trabalhamos para administrar a crise e dar assistência às vítimas e suas famílias. O que houve no dia 24 foram atos de selvageria e violência extrema.
Também há informações de que sete pessoas estão desaparecidas, inclusive brasileiros. Por que a negativa oficial?
Enquanto não surgirem evidências concretas não se pode confirmar que há brasileiros entre os supostos desaparecidos. Essa hipótese foi levantada pelo padre José Virgílio da Silva (ele dirige a rádio Katolica e foi um dos primeiros a dar assistência às vítimas), que tem boas intenções e cobra respostas ao ataque. Confiamos nas investigações em curso e também aguardamos as conclusões das apurações. A polícia do Suriname está sendo cobrada interna e externamente.
Mais notícias de Brasil » Agência Brasil
Suriname prende 22 depois de ataques a brasileiros
A polícia do Suriname anunciou ter detido 22 suspeitos de participação no ataque a um grupo de 81 garimpeiros brasileiros na noite da última quinta-feira em Albina, na fronteira com a Guiana Francesa. Não foram fornecidos, porém, mais detalhes sobre tais prisões.
Para o embaixador do Brasil no Suriname, José Luiz Machado e Costa, a situação na região do conflito é "tranquilizadora".
Ele visitou a área ontem acompanhado por representantes da diplomacia surinamesa.
Nas palavras de John Jones, porta-voz da polícia, "a vida voltou ao normal por lá". "Temos condições de garantir a segurança em Albina e estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance."
Brasileiros que moram no Suriname e a embaixada disseram que o poder público tem dificuldade para impor a lei no lugar, dominado pelos marrons, como são conhecidos os descendentes de quilombolas.
Na opinião de Jones, entretanto, o governo tem a região sob controle. "Em qualquer parte do mundo existem pessoas violentas", minimizou.
Apesar da violência exibida pelos agressores, o ataque não deixou mortos, de acordo com a embaixada brasileira. Dos 14 feridos contabilizados inicialmente, dez já foram liberados pelo hospital. Quatro continuavam internados, sendo dois em estado grave.
Na Guiana Francesa, o consulado brasileiro localizou nove feridos --levados para a cidade de Saint Laurent du Maroni, que fica do outro lado do rio à beira do qual o garimpo estava instalado--, dentre os quais se encontra a grávida que, na confusão, perdeu o bebê.
Pânico
Ainda muito nervosos, os brasileiros contavam no sábado que colegas estavam desaparecidos e que deveria haver diversos mortos, porém esses temores não se confirmaram. Os relatos davam conta de que, por volta das 22h do último dia 24, de 200 a 300 marrons invadiram o alojamento dos brasileiros em Albina golpeando homens, mulheres e crianças com facões. Também atearam fogo no prédio.
O padre brasileiro José Vergílio, que mora há oito anos no país e dirige a rádio local, ajudou na retirada de 91 brasileiros para Paramaribo. Ele afirma que todas essas pessoas com quem falou dizem que sete garimpeiros foram mortos.
"Tenho só o receio de que as autoridades estejam querendo colocar panos quentes na situação", comentou. "Os corpos devem ter sido eliminados, de um modo ou de outro, podem ter sido jogados no rio." O padre disse ter visto ao menos um corpo na água.
Retorno
Dois funcionários do Ministério das Relações Exteriores que foram enviados do Brasil passaram o domingo visitando hospitais e os hotéis da capital, Paramaribo, nos quais os garimpeiros foram provisoriamente instalados.
Entraram em contato com todos os brasileiros, porém apenas cinco, segundo a assessoria do Itamaraty, decidiram retornar. Eles deixaram o Suriname às 19h (horário de Brasília) em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), com destino a Belém, no Pará.
Na noite de anteontem, em conversa com o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, a ministra interina dos Negócios Estrangeiros do Suriname, Jane Aarland, disse que o governo asseguraria segurança e assistência médica aos brasileiros.
No Cairo, o chanceler Celso Amorim foi cauteloso. "Estamos no processo de entender o que se passou. Temos contado com o apoio das autoridades surinamesas e precisamos ver o que acontece no longo prazo.
Essas situações são complexas," afirmou. Segundo o chanceler, o presidente Lula "está acompanhando pessoalmente" o assunto.
Amorim admitiu que não conhecia o caso específico do Suriname, mas disse que tensões são comuns nessas circunstâncias. "Numa situação em que há comunidades fortes estrangeiras e uma atividade do tipo garimpo, não é a primeira vez que isso acontece", lembrou.
reportagem de DENYSE GODOY, FELIPE SELIGMAN, RANIER BRAGON E JOÃO CARLOS MAGALHÃES
colaborou MARCELO NINIO, do Cairo
Para o embaixador do Brasil no Suriname, José Luiz Machado e Costa, a situação na região do conflito é "tranquilizadora".
Ele visitou a área ontem acompanhado por representantes da diplomacia surinamesa.
Nas palavras de John Jones, porta-voz da polícia, "a vida voltou ao normal por lá". "Temos condições de garantir a segurança em Albina e estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance."
Brasileiros que moram no Suriname e a embaixada disseram que o poder público tem dificuldade para impor a lei no lugar, dominado pelos marrons, como são conhecidos os descendentes de quilombolas.
Na opinião de Jones, entretanto, o governo tem a região sob controle. "Em qualquer parte do mundo existem pessoas violentas", minimizou.
Apesar da violência exibida pelos agressores, o ataque não deixou mortos, de acordo com a embaixada brasileira. Dos 14 feridos contabilizados inicialmente, dez já foram liberados pelo hospital. Quatro continuavam internados, sendo dois em estado grave.
Na Guiana Francesa, o consulado brasileiro localizou nove feridos --levados para a cidade de Saint Laurent du Maroni, que fica do outro lado do rio à beira do qual o garimpo estava instalado--, dentre os quais se encontra a grávida que, na confusão, perdeu o bebê.
Pânico
Ainda muito nervosos, os brasileiros contavam no sábado que colegas estavam desaparecidos e que deveria haver diversos mortos, porém esses temores não se confirmaram. Os relatos davam conta de que, por volta das 22h do último dia 24, de 200 a 300 marrons invadiram o alojamento dos brasileiros em Albina golpeando homens, mulheres e crianças com facões. Também atearam fogo no prédio.
O padre brasileiro José Vergílio, que mora há oito anos no país e dirige a rádio local, ajudou na retirada de 91 brasileiros para Paramaribo. Ele afirma que todas essas pessoas com quem falou dizem que sete garimpeiros foram mortos.
"Tenho só o receio de que as autoridades estejam querendo colocar panos quentes na situação", comentou. "Os corpos devem ter sido eliminados, de um modo ou de outro, podem ter sido jogados no rio." O padre disse ter visto ao menos um corpo na água.
Retorno
Dois funcionários do Ministério das Relações Exteriores que foram enviados do Brasil passaram o domingo visitando hospitais e os hotéis da capital, Paramaribo, nos quais os garimpeiros foram provisoriamente instalados.
Entraram em contato com todos os brasileiros, porém apenas cinco, segundo a assessoria do Itamaraty, decidiram retornar. Eles deixaram o Suriname às 19h (horário de Brasília) em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), com destino a Belém, no Pará.
Na noite de anteontem, em conversa com o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, a ministra interina dos Negócios Estrangeiros do Suriname, Jane Aarland, disse que o governo asseguraria segurança e assistência médica aos brasileiros.
No Cairo, o chanceler Celso Amorim foi cauteloso. "Estamos no processo de entender o que se passou. Temos contado com o apoio das autoridades surinamesas e precisamos ver o que acontece no longo prazo.
Essas situações são complexas," afirmou. Segundo o chanceler, o presidente Lula "está acompanhando pessoalmente" o assunto.
Amorim admitiu que não conhecia o caso específico do Suriname, mas disse que tensões são comuns nessas circunstâncias. "Numa situação em que há comunidades fortes estrangeiras e uma atividade do tipo garimpo, não é a primeira vez que isso acontece", lembrou.
reportagem de DENYSE GODOY, FELIPE SELIGMAN, RANIER BRAGON E JOÃO CARLOS MAGALHÃES
colaborou MARCELO NINIO, do Cairo
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Clima no Suriname ainda é tenso, seis dias após ataques
Avião da FAB vai para o Suriname nesta quarta-feira e deve trazer 20 brasileiros que estão no país.
Um avião da Força Aérea segue nesta quarta-feira para o Suriname, com o objetivo de trazer de volta 20 brasileiros que querem deixar o país por causa do ataque sofrido na noite de Natal. Os enviados especiais Júlio Mosquéra e Marcione Santana foram nesta terça-feira ao local da violência. Rita Silva mostra constrangida as marcas da tentativa de estupro. “Me agrediram, me bateram, foi a maior humilhação do mundo. A gente merecia um Natal bom. Mas não, foi terrível, foi fogo, gritaria, facão, machado. Eles queriam acabar com os brasileiros”, disse a comerciante. A Embaixada do Brasil no Suriname confirmou que mulheres brasileiras foram vítimas de estupro em Albina. A cidade fica a 150 Km da capital do Suriname. Ela cresceu em uma área quilombola. Os nativos da região são conhecidos como “marrons”. O clima na cidade ainda é tenso, seis dias depois dos ataques ao s brasileiros. O Corpo de Bombeiros trabalha para recuperar os prédios queimados. Em um supermercado, que pertencia a um chinês, quase todos os trabalhadores eram brasileiros. Carros foram queimados. Alimentos, saqueados e destruídos. Não restou muito de um alojamento de brasileiros em Albina. Na fuga, deixaram para trás roupas, alimentos e objetos pessoais. Ao fundo, havia uma bandeira do Brasil. Segundo o ministério de Relações Exteriores do Brasil, não há qualquer confirmação de morte de brasileiros no ataque.
Um avião da Força Aérea segue nesta quarta-feira para o Suriname, com o objetivo de trazer de volta 20 brasileiros que querem deixar o país por causa do ataque sofrido na noite de Natal. Os enviados especiais Júlio Mosquéra e Marcione Santana foram nesta terça-feira ao local da violência. Rita Silva mostra constrangida as marcas da tentativa de estupro. “Me agrediram, me bateram, foi a maior humilhação do mundo. A gente merecia um Natal bom. Mas não, foi terrível, foi fogo, gritaria, facão, machado. Eles queriam acabar com os brasileiros”, disse a comerciante. A Embaixada do Brasil no Suriname confirmou que mulheres brasileiras foram vítimas de estupro em Albina. A cidade fica a 150 Km da capital do Suriname. Ela cresceu em uma área quilombola. Os nativos da região são conhecidos como “marrons”. O clima na cidade ainda é tenso, seis dias depois dos ataques ao s brasileiros. O Corpo de Bombeiros trabalha para recuperar os prédios queimados. Em um supermercado, que pertencia a um chinês, quase todos os trabalhadores eram brasileiros. Carros foram queimados. Alimentos, saqueados e destruídos. Não restou muito de um alojamento de brasileiros em Albina. Na fuga, deixaram para trás roupas, alimentos e objetos pessoais. Ao fundo, havia uma bandeira do Brasil. Segundo o ministério de Relações Exteriores do Brasil, não há qualquer confirmação de morte de brasileiros no ataque.
Brasileiros deixam o Suriname com medo e decepção
Os brasileiros que estão deixando o Suriname não têm muita coisa para levar de volta para casa. O que tinham de valor se perdeu em Albina e muitas das roupas que estão usando foram doações.
Um avião da FAB está no Suriname para trazer de volta brasileiros feridos no ataque da noite de Natal. Os enviados especiais Júlio Mosquéra e Marcione Santana conversaram nesta quarta-feira com os sobreviventes do ataque. O Hércules C-130 deixou a base aérea de Brasília no começo da tarde com dois médicos, dois enfermeiros, medicamentos e macas para transportar os feridos. O avião foi preparado para trazer até 75 pessoas. Os brasileiros que estão deixando o Suriname não têm muita coisa para levar de volta para casa. O que tinham de valor se perdeu em Albina e muitas das roupas que estão usando foram doações. Revoltados, tristes e desiludidos. É assim que os brasileiros se despedem do Suriname. “O susto foi muito grande. Para mim, foi pior do que estar no Iraque”, disse um homem. O vendedor Mauricy Alves decidiu recomeçar a vida no Brasil, mas sai do Suriname com a certeza de que brasileiros foram mortos em Albina, ao contrário do que dizem autoridades do país e a embaixada do Brasil. “Eles furavam a pessoa e jogavam na água. A gente quer saber aonde estão esses corpos”, disse. A maioria dos brasileiros agredidos não vai voltar. Alguns porque não têm do que sobreviver no Brasil. “Eu não tenho nem como chegar lá no meu país, eu não tenho nem como comer”, disse um homem. Outros porque sonham ganhar muito dinheiro na extração do ouro. “Eu não tenho como voltar para o garimpo e ir para o Brasil, porque eu não tenho nada e a minha mulher está lá dentro do garimpo e eu não posso deixar ela para trás. Eu tenho que voltar, para ir atrás dela, que está do outro lado da Guiana Francesa”, disse o garimpeiro Carlos Alberto Brito.
Um avião da FAB está no Suriname para trazer de volta brasileiros feridos no ataque da noite de Natal. Os enviados especiais Júlio Mosquéra e Marcione Santana conversaram nesta quarta-feira com os sobreviventes do ataque. O Hércules C-130 deixou a base aérea de Brasília no começo da tarde com dois médicos, dois enfermeiros, medicamentos e macas para transportar os feridos. O avião foi preparado para trazer até 75 pessoas. Os brasileiros que estão deixando o Suriname não têm muita coisa para levar de volta para casa. O que tinham de valor se perdeu em Albina e muitas das roupas que estão usando foram doações. Revoltados, tristes e desiludidos. É assim que os brasileiros se despedem do Suriname. “O susto foi muito grande. Para mim, foi pior do que estar no Iraque”, disse um homem. O vendedor Mauricy Alves decidiu recomeçar a vida no Brasil, mas sai do Suriname com a certeza de que brasileiros foram mortos em Albina, ao contrário do que dizem autoridades do país e a embaixada do Brasil. “Eles furavam a pessoa e jogavam na água. A gente quer saber aonde estão esses corpos”, disse. A maioria dos brasileiros agredidos não vai voltar. Alguns porque não têm do que sobreviver no Brasil. “Eu não tenho nem como chegar lá no meu país, eu não tenho nem como comer”, disse um homem. Outros porque sonham ganhar muito dinheiro na extração do ouro. “Eu não tenho como voltar para o garimpo e ir para o Brasil, porque eu não tenho nada e a minha mulher está lá dentro do garimpo e eu não posso deixar ela para trás. Eu tenho que voltar, para ir atrás dela, que está do outro lado da Guiana Francesa”, disse o garimpeiro Carlos Alberto Brito.
Dezenas de brasileiros chegam do Suriname
Eles viveram momentos de terror no dia dos ataques de nativos contra brasileiros. Eles disseram que fugiram nadando pelo rio e caminharam horas na mata para poder se salvar.
Dezenas de brasileiros chegaram nesta segunda-feira do Suriname. Eles deixaram o país com medo de novos ataques contra estrangeiros, como o que aconteceu na noite de Natal. No desembarque do primeiro voo comercial vindo de Paramaribo na tarde desta segunda-feira, alívio e preocupação. Uma mulher mostrava uma foto, e perguntava se alguém havia visto a filha. Entre os 66 passageiros, muitos deixaram o Suriname com medo de novos conflitos. Cinco garimpeiros que sobreviveram ao ataque chegaram na noite de domingo a Belém, em um avião da Força Aérea Brasileira. Os brasileiros contaram que passaram momentos de pânico. Eles disseram que fugiram nadando pelo rio e caminharam horas na mata para poder se salvar. "Foi uma noite de pânico do dia 24 para o dia 25 de dezembro", conta um passageiro.
saiba mais
Governo do Suriname pede desculpas ao Brasil
O conflito começou quando um homem surinamês, de uma comunidade de descendentes de escravos, foi esfaqueado numa briga com um brasileiro. "Ele tinha fama de bater em muito brasileiro e roubar. Dessa vez, não deu certo", conta um dos garimpeiros brasileiros. Os brasileiros disseram que um grupo de quilombolas decidiu revidar e saiu pela cidade de Albina destruindo tudo. O conflito começou por volta das 20h e só terminou quando o dia clareou. "Fizeram quebra-quebra. Quebraram tudo, foram cortando gente, jogando na água, foi aquela correria doida", diz Antonio José Silva. "Eles tocaram fogo em postos de gasolina, queimaram dois supermercados dos chineses. Bateram em todo mundo. Parecia filme de terror", completa Lima.
Dezenas de brasileiros chegaram nesta segunda-feira do Suriname. Eles deixaram o país com medo de novos ataques contra estrangeiros, como o que aconteceu na noite de Natal. No desembarque do primeiro voo comercial vindo de Paramaribo na tarde desta segunda-feira, alívio e preocupação. Uma mulher mostrava uma foto, e perguntava se alguém havia visto a filha. Entre os 66 passageiros, muitos deixaram o Suriname com medo de novos conflitos. Cinco garimpeiros que sobreviveram ao ataque chegaram na noite de domingo a Belém, em um avião da Força Aérea Brasileira. Os brasileiros contaram que passaram momentos de pânico. Eles disseram que fugiram nadando pelo rio e caminharam horas na mata para poder se salvar. "Foi uma noite de pânico do dia 24 para o dia 25 de dezembro", conta um passageiro.
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O conflito começou quando um homem surinamês, de uma comunidade de descendentes de escravos, foi esfaqueado numa briga com um brasileiro. "Ele tinha fama de bater em muito brasileiro e roubar. Dessa vez, não deu certo", conta um dos garimpeiros brasileiros. Os brasileiros disseram que um grupo de quilombolas decidiu revidar e saiu pela cidade de Albina destruindo tudo. O conflito começou por volta das 20h e só terminou quando o dia clareou. "Fizeram quebra-quebra. Quebraram tudo, foram cortando gente, jogando na água, foi aquela correria doida", diz Antonio José Silva. "Eles tocaram fogo em postos de gasolina, queimaram dois supermercados dos chineses. Bateram em todo mundo. Parecia filme de terror", completa Lima.
Brasileiros viram alvo de ataque no Suriname
Ataque deixou mais de 20 feridos e provocou a morte do bebê de uma mulher que estava grávida.
Brasileiros que vivem no Suriname, um vizinho ao norte do nosso país, foram alvo de um ataque que deixou mais de 20 feridos e provocou a morte do bebê de uma mulher que estava grávida. A violência se espalhou pelas ruas de uma cidade onde funcionam garimpos. As imagens divulgadas pela TV estatal do Suriname, mostram o clima de tensão durante a noite. Neste sábado, foi possível ver a destruição: este mercado foi depredado. Carros e casas ficaram queimados. O Suriname faz fronteira com o Pará. O ataque aconteceu na cidade de Albina, a 150 quilômetros da capital, Paramaribo. Por telefone, uma brasileira conta que tudo começou na noite de Natal, depois de uma briga entre um brasileiro e um surinamês por causa de uma dívida. O morador local foi morto e uma multidão de surinameses começou a perseguir um grupo de oitenta brasileiros que trabalha no garimpo da região. “Eles estavam armados com revólver, com faca, com terçado, com pedra, com pau, com tudo que eles encontravam na frente. Nós ficamo apavorados”, conta a vítima Liliane Rocha. Liliane conta que cerca de 300 surinameses colocaram fogo num posto de gasolina, em casas e no galpão onde os brasileiros estavam acampados. “Muita fumaça, ninguém enxergava mais ninguém e começou o desespero porque não tinha saída, porque nós tava tudo lacrado nas grades”, revela a vítima. Pelo menos 24 brasileiros estão feridos e oficialmente até agora apenas uma morte foi registrada. Uma brasileira grávida foi esfaqueada e perdeu a criança. A mulher continua internada. O embaixador brasileiro no suriname, José Luiz Machado e Costa está reunido agora à noite com autoridades surinamesas. O Itamarati ofereceu remédios e um avião da FAB para buscar os brasileiros que queiram voltar. Segundo o embaixador, os agressores são quilombolas, descendentes de antigos escravos africanos. “Eles se consideram os donos daquela região, e quando eles viram a autoridade deles desafiada resolveram então dar uma lição, mostrar quem manda, por isso que fizeram um ataque forte que seguramente saiu fora do controle", conta o embaixador do Brasil no Suriname, José Luiz Machado e Costa. Segundo a testemunha do ataque, os brasileiros continuam com medo.
Brasileiros que vivem no Suriname, um vizinho ao norte do nosso país, foram alvo de um ataque que deixou mais de 20 feridos e provocou a morte do bebê de uma mulher que estava grávida. A violência se espalhou pelas ruas de uma cidade onde funcionam garimpos. As imagens divulgadas pela TV estatal do Suriname, mostram o clima de tensão durante a noite. Neste sábado, foi possível ver a destruição: este mercado foi depredado. Carros e casas ficaram queimados. O Suriname faz fronteira com o Pará. O ataque aconteceu na cidade de Albina, a 150 quilômetros da capital, Paramaribo. Por telefone, uma brasileira conta que tudo começou na noite de Natal, depois de uma briga entre um brasileiro e um surinamês por causa de uma dívida. O morador local foi morto e uma multidão de surinameses começou a perseguir um grupo de oitenta brasileiros que trabalha no garimpo da região. “Eles estavam armados com revólver, com faca, com terçado, com pedra, com pau, com tudo que eles encontravam na frente. Nós ficamo apavorados”, conta a vítima Liliane Rocha. Liliane conta que cerca de 300 surinameses colocaram fogo num posto de gasolina, em casas e no galpão onde os brasileiros estavam acampados. “Muita fumaça, ninguém enxergava mais ninguém e começou o desespero porque não tinha saída, porque nós tava tudo lacrado nas grades”, revela a vítima. Pelo menos 24 brasileiros estão feridos e oficialmente até agora apenas uma morte foi registrada. Uma brasileira grávida foi esfaqueada e perdeu a criança. A mulher continua internada. O embaixador brasileiro no suriname, José Luiz Machado e Costa está reunido agora à noite com autoridades surinamesas. O Itamarati ofereceu remédios e um avião da FAB para buscar os brasileiros que queiram voltar. Segundo o embaixador, os agressores são quilombolas, descendentes de antigos escravos africanos. “Eles se consideram os donos daquela região, e quando eles viram a autoridade deles desafiada resolveram então dar uma lição, mostrar quem manda, por isso que fizeram um ataque forte que seguramente saiu fora do controle", conta o embaixador do Brasil no Suriname, José Luiz Machado e Costa. Segundo a testemunha do ataque, os brasileiros continuam com medo.
Dezoito pessoas são presas no Suriname
Elas são acusadas de comandar o ataque contra brasileiros na noite de Natal
Dezoito pessoas foram presas no Suriname acusadas de comandar o ataque contra brasileiros na noite de Natal. Segundo a polícia do Suriname, os suspeitos são ligados ao homem esfaqueado por um brasileiro durante uma briga. Para se vingar, começaram a atacar o acampamento de um garimpo em que viviam os brasileiros.
Dezoito pessoas foram presas no Suriname acusadas de comandar o ataque contra brasileiros na noite de Natal. Segundo a polícia do Suriname, os suspeitos são ligados ao homem esfaqueado por um brasileiro durante uma briga. Para se vingar, começaram a atacar o acampamento de um garimpo em que viviam os brasileiros.
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