sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Desi Bouterse é o novo presidente do Suriname.


Desi Bouterse é o novo presidente do Suriname. Nesta segunda ele conquistou a maioria dos votos no parlamento surinamês na eleição presidencial. Em 3 de agosto Bouterse assume o poder. O atual presidente Ronald Venetiaan, já disse de antemão que não vai colocar a faixa presidencial no seu sucessor.




“Eu estendo minha mão para qualquer um que se sinta adversário. Eu estendo minha mão para todos os surinameses, porque nós precisamos estar juntos para construir esse país. Vamos deixar para trás a má vontade dos últimos 50, 60 anos. Nós somos os legítimos donos desse país e não os estrangeiros”. Depois dessas primeiras palavras do presidente eleito, brados de alegria se espalharam pelo parlamento e fogos de artifício pela capital surinamesa, Paramaribo.



História

Bouterse é uma figura controversa. Nos anos 1980 ele perpetrou um golpe de estado, juntamente com outros 15 militares. Em 8 de dezembro de 1982, quinze adversários do seu regime militar foram assassinados. Bouterse disse várias vezes em público que ele era o responsável por esses crimes. Nesse momento, há um processo aberto contra ele, que é visto como o principal suspeito dos assassinatos de 8 de dezembro. Além disso, há uma ordem de busca internacional contra ele porque em 2000, Bouterse foi condenado a 11 anos de prisão na Holanda por estar envolvido com tráfico de drogas.



Isolamento

Os surinameses mais velhos temem que o país, sob o presidente Bouterse, novamente caia no isolamento. Eles também têm medo da sua política nefasta dos anos 1980, que eles ainda recordam. Os jovens e menos privilegiados depositam suas esperanças no carisma de Bouterse. Eles acreditam que a política do presidente Ronald Venetiaan pouco os ajudou nos últimos quinze anos.



O atual presidente da Câmara do Comércio e Indústria, Robert Ameerali, será o vice-presidente. Ameerali quer trabalhar duro rumo ao progresso: “Se não for agora, não será nunca mais. Eu vou dar muita dor de cabeça para o presidente porque eu quero executar muitos planos o mais rápido possível. Vamos facilitar a vida dos empresários para que ganhem dinheiro. Vamos dar prosperidade e bem estar ao povo, tudo vai melhorar”.



Holanda

O Suriname, que fica no norte da América do Sul e faz fronteira com o Brasil, foi colônia holandesa. No entanto, o novo presidente do Suriname não é bem vindo no país, a não ser para cumprir sua pena de prisão.



A Holanda manterá apenas os contatos mínimos necessários com Bouterse, segundo o ministro demissionário das Relações Exteriores, Maxime Verhagen. “A Holanda irá avaliar o novo governo do Suriname por sua nomeação, intenções e ações políticas. As obrigações que foram contraídas com a Holanda serão cumpridas da mesma forma a não ser que este desenvolvimento não seja mais possível”, afirmou Verhagen.



Quanto mais a Holanda proclama que Bouterse é um desastre para o futuro do Suriname, maior é o desafio para o novo presidente em trabalhar nesse futuro. Para isso, ele não precisa da Holanda. O dinheiro do antigo cofre para a ajuda ao desenvolvimento acabou para o Suriname. Bouterse é o único que enfatiza: “Será preciso trabalhar duro”, gritou ele com frequência no palanque.



Bouterse está de olho em países como o Brasil, a Venezuela, a China e a Índia como novos aliados para o Suriname.

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