Desde Joel Santana, Rubro-Negro optava por treinadores sem perfil de liderança. Jogadores aprovam discurso vencedor do novo comandante
do Flamengo (Foto: Vipcomm)
O jeito elétrico e autoconfiante do ténico é oposto ao de seus cinco antecessores. O último com característica semelhante foi Joel Santana, também a personificação do treinador vitorioso e com empatia com o grupo.
- Ninguém pode correr mais do que a gente, ninguém pode marcar mais do que a gente. Isso aqui é Flamengo - costumava dizer, para motivar o grupo.
Mas desde a saída dele, em maio de 2008, o Rubro-Negro apostou em treinadores com outros perfis. E em todos os casos os jogadores perderam a referência de comando e a situação degringolou.
Caio Júnior começou bem, mas acabou dominado por um grupo que tinha forte liderança de Fábio Luciano. O episódio da bomba na Gávea foi emblemático. Enquanto o capitão foi aos torcedores defender os atletas, o treinador correu para o vestiário, apavorado. Em 2009, Cuca conseguiu deteriorar em menos de dois meses a sua imagem com o elenco. O Flamengo virou uma rede de intrigas envolvendo atletas, treinador e comissão técnica. A queda aguardada por boa parte do elenco demorou e coincidiu com a ascensão da equipe no Brasileiro.
Ascensão esta que deve ser creditada ao jeito pacificador de Andrade. Ele aceitou ouvir as lideranças do time e conseguiu mobilizar os jogadores até o título brasileiro. Mas em 2010 as vaidades e a falta de comprometimento de Adriano o derrubaram. O Imperador passou o primeiro semestre dedicado às farras e aos problemas no relacionamento com a então noiva Joanna Machado. Andrade não soube lidar com o problema, que acabou contaminando outros setores do grupo. O resultado foi a transformação da democracia do ano anterior em anarquia.
A diretoria bem que tentou trazer Joel Santana de volta. Não conseguiu e apostou em Rogério Lourenço. Apesar das boas ideias táticas, a falta de experiência o complicou. Em momento algum os jogadores o "abraçaram". Rogério sempre deu a impressão de que era um assistente que assumiu interinamente o cargo.
Pouca coisa mudou com Silas. O discurso religioso dele nas preleções não convenceu os jogadores. Principalmente porque as escolhas táticas eram vistas com desconfiança. Não foram poucas as vezes em que os atletas se queixaram nos bastidores das opções do técnico.
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